terça-feira, 17 de dezembro de 2013

A Escola da Coragem, a Sociedade dos Guardiões

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Uma visão alternativa sobre a relação entre os mundos e porque nosso mundo não poderia ser perfeito.
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Alan, um Guardião em fase inicial do desenvolvimento de sua coragem, recebeu sua primeira missão especial: guardar a vida de um ser humano – um jovem, chamado Caio.
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A missão de Alan deveria se restringir somente à guarda da vida do rapaz, tarefa fácil para um ser que já tinha vivido dezenas de vezes na Sociedade dos Humanos e tinha o dom de lembrar de toda a sua experiência, além de desfrutar de habilidades excepcionais.
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O que Alan não esperava era que reviver a forma humana teria efeitos incontroláveis sobre ele. Dúvida, medo, paixão, ansiedade, impulso. Por que aquelas duas garotas tinham que ter surgido em seu caminho? Estava tudo dentro dos eixos até elas chegarem! Alan suplica para que os Anjos lhe concedam a graça de viver seu amor, depois que sua missão estiver concluída, com Caio fora do alcance das correntes de ódio terrenas.
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Meu livro! A obra da minha vida. Meu maior sonho realizado.
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Tenho muita coisa para falar sobre o meu livro. Perguntas diversas que as pessoas estão fazendo sobre a história, como se deu o processo criativo, se determinada filosofia influenciou meu pensamento e como foi o processo de escrever até publicar. E ainda têm diversas outras curiosidades que sou louca para contar, mas que ninguém sonha em perguntar (afinal, a gente nunca sabe fazer a pergunta certa).
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Acredito que a filosofia apresentada é a parte mais relevante da história. Assim, vamos começar por ela:
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O livro apresenta uma estrutura de mundos espirituais superiores e inferiores, na qual seres mais evoluídos contribuem para o aprendizado dos menos evoluídos. A vida do espírito é única, sendo que no estágio “humano” vivenciamos o ciclo de vida diversas vezes (mas como o cérebro do bebê humano não retém memória até os dois anos de idade, não nos lembramos da vida anterior). Essa estrutura segue a seguinte ordem:
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1º energia cria inteligência; torna-se Pensamento.
2º Pensamento cria matéria; torna-se Humano.
3º Humano cria amor; torna-se Guardião.
4º Guardião cria coragem; torna-se Professor.
5º Professor cria sabedoria; torna-se Anjo.
6º Anjo é o ser supremo. Simplesmente sabe o que deve fazer e quando.
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Explicando de onde partiu cada princípio: a ideia de mundos superiores e inferiores foi inspirada pela filosofia espírita. Além disso, considerando que quando evoluímos vamos para outro mundo, eu interpreto que nosso mundo não está evoluindo (quando leio Platão ou outros livros muito antigos, tenho a nítida sensação de que vivemos as mesmas indagações e aflições humanas que eram vividas há mais de dois mil anos atrás).
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A ideia do pensamento vir antes da matéria foi inspirada pelo livro “O Caminho do Mago”, de Deepak Chopra. Ele diz que é impossível explicar o pensamento de maneira orgânica/biológica e que isso acontece porque nós não somos um amontoado de proteínas que aprendeu a pensar, mas sim um Pensamento que aprendeu a construir um corpo. Essa ideia me fascinou desde o instante em que
a li.
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A reencarnação humana também vem da filosofia espírita. No meu livro, coloco que a necessidade de repetição do ciclo (reencarnação) é porque o Humano evolui através da repetição e a experiência da morte (dos entes queridos e da própria morte) ensina a amar. Como disse Benjamin Button no filme “perdemos as pessoas para saber o quanto elas são importantes”. Eu concordo plenamente com isso e, honestamente, eu já havia chegado a essa conclusão antes do filme, mas essa é uma história triste e dolorosa, que merece um artigo próprio. Com relação a experiência da própria morte ensinar alguma coisa, ouvi de uma palestrante psicóloga, que trabalhava com regressão de vida e cujo nome não me lembro. Eu devia ter uns 16 anos quando assisti a essa palestra.
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A lógica do "cérebro do bebê humano fazer a gente perder a memória das vidas passadas" vem da mais pura lógica. Eu não julgo que criei isso. Eu julgo que apenas percebi isso (nota: se algum outro autor ou filosofia já destacou isso antes, eu não soube. Se alguém souber, por gentileza, recomende o nome para mim).
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O que eu acredito?

Eu efetivamente acredito num mundo inferior ao nosso, no qual habitam Pensamentos e que estes tornam-se Humanos uma vez que criam corpo. Eu acredito que os Seres Humanos conflitam devido aos níveis de evolução serem diferentes dentro desse mesmo mundo. E acredito que esse conflito é parte orgânica do processo e que Deus não tem controle sobre isso. Acredito que existem Seres Humanos agressivos porque se sentem reprimidos dentro do corpo, destruindo seu próprio corpo ou o corpo daqueles a sua volta – é uma certa raiva que sentem da matéria em geral, por se sentirem presos. E acredito que estamos nesse mundo para aprender a amar, simplesmente porque uma lógica que não sei explicar me faz achar isso óbvio – e acredito que é a experiência da perda (ou “morte”) que nos ensina a amar (o vulgo “dar valor depois que perde”). Acima do nosso mundo (Guardiões, Professores, Anjos), eu considero ficção. Acredito na lógica de mundos superiores, mas que mundo são esses eu não sei. .
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Algumas curiosidades que quero muito compartilhar:
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(1) A história de um casal ter filhos gêmeos e entregarem só um bebê para a mãe,  e essa mãe ainda afirmar que o bebê recebido não era seu filho, foi baseada em fatos reais. Aconteceu no Nordeste brasileiro, não lembro quando, mas há mais de uma década com certeza. Era um casal extremamente pobre (do sertão mesmo) de traços bonitos, homem e mulher loiros e acho que tinham olhos claros. A mulher chegou a fazer ultrassom e ver dois corações batendo e um médico apareceu na tv dizendo que o que ela viu foi reflexo do ultrassom. O bebê que entregaram para ela tinha cabelos escuros. Depois dessa breve manchete na tv, nunca mais ouvi falar no caso.
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(2) A lanchonete Macaco Donalds existe na cidade de Mineiros do Tietê.
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(3) O conceito “coragem não é não sentir medo, mas seguir em frente mesmo com medo” não foi criação minha. Não lembro onde vi, li ou ouvi isso. Tentei pesquisar na internet, mas não encontrei.
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(4) A personagem Vivian é mais antiga do que o livro. Eu a criei com 11 anos de idade, mas ela só foi escolhida para o papel nessa última versão do livro. Esse papel era para ser interpretado por uma personagem chamada Catarina, que seria dramática, sofredora, angustiante (e ela seria loira). Cheguei a começar a escrever essa versão do livro com a Catarina, quando me dei conta que tinha muito nome com C. Resolvi utilizar o nome Vivian, que também combinaria mais com uma personagem britânica. Quando me dei conta (mais da metade do livro), eu havia colocado a minha antiga personagem Vivian inteiramente na história. Nessas horas é que eu digo que um escritor só tem 80% de controle sobre o que escreve, pois eu mudei o final da história por conta disso – o final que eu previ por quase 12 anos não faria o menor sentido com uma personagem forte, decidida e destemida como a Vivian.
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(5) Certa vez, com cerca de 18 anos de idade, eu sonhei com Deus. Só eu sei o que senti quando tive essa experiência. Por mais esquisito que pareça, no sonho, Deus era a água que jorrava da torneira do tanque da minha casa! O meu personagem Alan estava no sonho e ele era filho da esposa do meu mestre
de Aikidô (Sra. Nilza). Eu me lembro da Nilza estendendo a mão para mim, dizendo que Alan não havia recebido permissão para vir a Terra, enquanto eu levitava sobre as escadas da minha casa. Isso não influenciou em nada o livro, mas eu queria compartilhar.  
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Bem, por hoje é só tudo isso!!
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Fiquem a vontade para deixar perguntas sobre o livro no Blog.
Nota: se a pergunta que fizer acabar por revelar o final da história, não poderei publicá-la no Blog. Se sua dúvida for justamente sobre o final, deixe um endereço de e-mail, que responderei com prazer.
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Um grande abraço,
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Marina, a garota que sonhava.
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O livro "A Escola da Coragem" pode ser adquirido atráves do site a Livraria Cultura, ou na loja física da Livraria Cultura, do shopping Bourbon (São Paulo, bairro da Pompéia).
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Para quem ainda não leu, sugiro meu conto “Antes do Passado”, de outubro/2009, que retrata a criação do mundo de forma alternativa e com duas possíveis interpretações.
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