segunda-feira, 14 de março de 2011

Diário de Bordo – Parte II: DESCOBRINDO QUE O CÉU É AZUL

Manchester, UK. Exótico, medieval, colonial, frio. Um tanto quanto estressante – não para mim, mas para quem vive. Um tanto quanto rica e voltada para o trabalho. Uma São Paulo inglesa! Claro, com todo o louvor do trânsito invertido e dos ônibus de dois andares. Mas, a meu ver, a única diferença entre São Paulo e Manchester é o fato de que em Manchester as casas são vermelhas.

Se acostumar com o ambiente e o ritmo de vida aqui foi bastante fácil. Me sinto muito familiarizada com tudo, como já vinha sentindo antes. Mas como dizem, a primeira sensação ao chegar a um país estranho é querer voltar. Isso é verdade. Tenho certeza que o fato de saber que são apenas dois meses ajuda a controlar a essa sensação, pois preciso aproveitar o máximo num espaço curto de tempo, então não há tempo para reflexão.

As pessoas continuam me dizendo que eu tenho um bom inglês e eu continuo achando que elas só estão sendo educadas. Eu consigo me virar bem e em geral, ajudo os meus dois amigos que tem mais dificuldades – me sinto a própria Hermione, nerd e toda certinha, junto de Harry e Ron, especialmente no dia que visitamos a velha biblioteca de Manchester, era como a cena em que os três personagens sobem as escadarias de Hogwarts pela primeira vez. Nós temos nosso dialeto próprio para conversar, apelidamos de FIBenglish – ou, Dialeto Anglo-Franco-Ítalo-Brasilliense. Vem do inglês, mas posso assegurar que não é a mesma coisa.

No mais, para minha surpresa e decepção, os homens são todos iguais em qualquer parte do mundo. Algumas diferenças intrínsecas a cultura têm que ser colocadas na mesa. Por exemplo, no que diz respeito a educação, os europeus são bem mais rigorosos – pra se ter uma idéia, os meninos acham as pessoas aqui mal educadas; eu as acho bem educadas. Outra coisa, é que eles normalmente vão morar sozinhos quando vão para faculdade, então isso obviamente traz alguma maturidade. Mas no mais, o que posso dizer de vantagem em relação àquilo que não suporto na maioria dos brasileiros, é que a idéia de infidelidade realmente não é bem vista na cultura deles e para eles, sexo e oxigênio têm importâncias diferentes na vida de um ser humano. De resto, só muda o endereço e o idioma. Adoram futebol, são distraídos e olham pernas o tempo todo!

Acho que poderia finalizar por aqui, deixando minha mensagem de protesto aos cidadãos do sexo oposto. Mas não posso acabar o texto sem mencionar que um Pub Inglês é algo realmente fantástico! Já começo a sentir saudadea. Cheiro de madeira, chope servido no balcão, arquitetura colonial, alguns com mesa de bilhar, outros não. Alguns com o teto baixinho (eu quase posso tocar), outros não. Muito frio do lado de fora e muito quente do lado de dentro. Boa cerveja. Pessoas... Amazing people around!



Marina Casadei
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