sexta-feira, 8 de junho de 2012

Resposta direta ao "Anônimo" em "Saudade de ser poeta" (ago/2010)

Primeiramente, tenho que lhe agradecer por motivar a primeira publicação de 2012. Já que me fez uma pergunta direta, nada mais justo do que responder.

Saudade de ser poeta marca o princípio do meu fim. Se observar o blog, irá perceber que após essa poesia não houve mais nenhuma produção que valesse a pena ter sido publicada – exceção ao texto de abril/2011, no qual eu estava sob efeito de forte emoção e há 48 horas sem dormir, o que certamente me levou a uma esfera mais elevada da minha mente.

O texto de abril de 2011, além de ser a única exceção ao exposto acima, certamente marca o ponto final do que “Saudade de ser poeta” foi o ponto de partida.

Perdi a crença no mundo, perdi a crença no ser humano, perdi a crença no amor. Ainda tenho umas boas pessoas em um círculo social pequeno que fazem com que eu me sinta culpada por proferir palavras tão agressivas.

A sociedade humana, para mim, é uma grande decepção. Qualquer palavra criticando essa sociedade – que é eu costumava produzir  – é em vão. Nada muda, nem na sociedade, nem no Universo. As mudanças que tivemos ao longo de nossa história foram motivadas pelo dinheiro, e não pela evolução da espécie. Aliás, santa blasfêmia a nossa se autodenominar os seres mais evoluídos do planeta!

Tenho saudade não necessariamente de ser poeta, mas sim, do tempo em que eu acreditava que atitudes, ideologias, crenças e sonhos, valiam a pena.

Esse blog leva em seu nome a expressão que um grande amigo criou para mim. É a frase que eu gostaria de ter gravada na minha lápide. Quando lancei o blog, eu pensava “poxa, essa frase está no passado, parece até que eu já morri”. Bem, nesse momento, o título do blog descreve exatamente o que eu sou agora: a garota que sonhava.

Eu morri! Os mortos não sonham.

“Esse é meu mundo. Essa sou eu. E muitas vezes, isso dói. Mas se eu acordar para realidade, não sei se conseguirei continuar respirando. Porque, se não for para ser assim, intenso, de coração aberto e sempre voltando suas ações para aquilo que é nobre, se não for para ser assim, não acredito que valha a pena ser”. (trecho final do texto de abril/2011 – infelizmente, eu acordei)

Marina Casadei

1) Não queria que este texto tivesse saído assim, tão melancólico, mas não consegui melhorar ele – desculpe se isso te desaponta;
2) Eu gostei da poesia de Pablo Neruda. Não a conhecia até recebê-la de você - mais uma vez, obrigada. Mas dada as circunstâncias acima descritas, ela não me tocou. Seu desafio direto surtil mais efeito. Quem sabe, a longo prazo e após refletir um pouco mais sobre o assunto, eu consiga atender às suas expectativas.