Já não posso compreender
Esse vazio que me corrói por dentro
Cegando meu desejo louco
De provar do teu doce veneno
Essa inquietude do meu espírito
Me move para o desconhecido
Com medo do que possa encontrar
Diante dos meus olhos cegos
Mas cegos não de cegueira ou de paixão
E sim de uma luxúria conivente
Com o estado inerte que me encontro agora
Não é de amor que quero falar
Tampouco de política ou tragédias
Nem poesia ou hipocrisia
Que parafraseia, eufêmica, nossa vida moderna
Quero falar de uma escolha
De um momento
De um desejo que anseio desconhecido
E que nunca fui buscar em tantos anos de história
Os pilares, raízes, os alicerces da vida
Um espírito inundado de belos sentimentos
E lembranças tristes da estrada de ladrilhos
Um sol que arde e queima a superfície árida
Dos desertos mais escaldantes
Brota uma rosa vermelha escarlate
É apenas um botão
Cheio de vida
E de néctar.
Passou?
ResponderExcluirMinúsculas eternidades
deglutidas por mínimos relógios
ressoam na mente cavernosa.
Não, ninguém morreu, ninguém foi infeliz.
A mão- a tua mão, nossas mãos-
rugosas, têm o antigo calor
de quando éramos vivos. Éramos?
Hoje somos mais vivos do que nunca.
Mentira, estarmos sós.
Nada, que eu sinta, passa realmente.
É tudo ilusão de ter passado.